Código
TL10
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)
Autores
- GIULIA JUNQUEIRA FRANCHI BRAGHETTA (Interesse Comercial: NÃO)
- ALEXANDRE YAMADA FUJIMURA JÚNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- GABRIEL POLI MAFRA (Interesse Comercial: NÃO)
- LUCIANA OTTAIANO CERÂNTOLA DE ALMEIDA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EFICACIA DA MIECTOMIA E DE OUTRAS TECNICAS CIRURGICAS NO CONTROLE DO BLEFAROESPASMO: REVISAO SISTEMATICA E META-ANALISE
Objetivo
Realizar uma revisão das técnicas cirúrgicas empregadas no tratamento do blefaroespasmo refratário, avaliando sua eficácia e possíveis indicações.
Método
Realizamos uma busca sistemática nas bases PubMed, Embase e Cochrane, utilizando a estratégia: blepharospasm AND (upper eyelid surgery OR frontalis suspension OR myectomy OR surgery). Foram incluídos estudos que investigaram abordagens cirúrgicas em pacientes com blefaroespasmo refratário e que reportaram ao menos um desfecho de interesse. Entre os desfechos analisados, destacam-se a proporção de pacientes que relataram melhora clínica, os escores de avaliação subjetiva dos sintomas, além de variáveis associadas, como ocorrência de complicações, necessidade de retratamento e durabilidade dos efeitos. Foi feita uma meta-análise de braço único para avaliar a taxa de efetividade de cada tipo de cirurgia através do sistema R.
Resultado
A triagem dos estudos está presente na figura 1. Incluímos 24 estudos, totalizando 1.070 pacientes, dos quais 709 realizaram miectomia e 247 foram submetidos à suspensão do músculo frontal. Os demais submeteram-se a outras técnicas, conforme evidenciado na Tabela 1. A análise agrupada mostrou melhora dos sintomas em 87,13% dos pacientes com miectomia (IC 95%: 81,86–91,04%; I² = 28,4%, figura 2A) e em 75,24% com suspensão frontal (IC 95%: 66,57–82,26%; I² = 5,9%; Figura 2B). Também foram observados aumento no intervalo entre aplicações de toxina botulínica, redução de dose e melhora funcional, como Jankovic Rating Scale (JRS) e o Blepharospasm Disability Index (BDI). Complicações, quando presentes, foram leves e tratáveis. Pacientes com apraxia de abertura palpebral se beneficiaram mais da suspensão frontal. Técnicas como neurectomia mostraram menor eficácia e maior necessidade de reoperações.
Conclusão
A miectomia mostrou-se a técnica mais eficaz para o controle do blefaroespasmo refratário, seguida pela suspensão do músculo frontal. Essas cirurgias parecem representar uma alternativa em casos refratários e em pacientes que tenham outra condição clínica associada.