Código
RC073
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa em Oftalmologia
Autores
- FLAVIO JOSE LINO GALHARDO DE CARVALHO FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- RODRIGO CAPORRINO MOREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- ALYNE BORGES CORRÊA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TRATAMENTO CIRURGICO DE ESTRABISMO SECUNDARIO A INTROFLEXAO ESCLERAL: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentar um caso de estrabismo divergente pós-retinopexia com introflexão escleral e faixa de silicone que foi tratado cirurgicamente
Relato do Caso
Masculino, 34 anos, com estrabismo divergente em OE. Histórico de toxoplasmose e descolamento regmatogênico de retina, sendo submetido a cirurgia há 6 anos. Ao exame: AV 20/20 em OD e SPL em OE; Krimsky: exotropia de 45DP e hipotropia de 18DP em OE; Motricidade: limitação de abdução -1 e elevação -4; Biomicroscopia: ceratopatia em faixa, íris em bombe, sinéquias 360˚ e catarata total; USG: óleo de silicone. Dessa forma, foi indicado cirurgia para correção do estrabismo. Na cirurgia, foi observada presença de faixa de silicone atravessando RLE e corpo do OIE, com parte anterior de RLE fibrótico e a 7,5mm da inserção. Assim, optou-se pela remoção da faixa e da porcão fibrótica de RLE, associado ao recuo de 9mm do restante RLE e plicatura de 7mm do RME. Após 1 mês, o paciente apresentava exotropia de 10 DP e hipotropia de 18 DP, satisfeito com o resultado
Conclusão
A avaliação do estrabismo pós-retinopexia com introflexão escleral e faixa de silicone requer uma análise cuidadosa, pois desvios transitórios podem ocorrer por até 6 meses. Estima-se que o estrabismo secundário ocorra em 3,8% dos casos, com 2,7% atribuídos a restrições mecânicas, e nos quais o desvio não é previsível com base na posição da banda escleral. Este caso exemplifica um desvio divergente decorrente da passagem da banda entre as fibras musculares do RLE e do OIE. Na correção do estrabismo, é crucial avaliar a possibilidade da remoção da faixa com a equipe da retina. Em casos de ausência de percepção da luz, a remoção da banda pode representar riscos como a ruptura escleral. Quando a remoção da faixa é impossível, pode-se recuar ou ressecar os músculos, fixando-os sobre a faixa. No caso em questão, a decisão de remover a faixa foi determinada pelo fato dela transfixar os músculos. Portanto, esforços colaborativos entre as equipes de retina e estrabismo são essenciais durante todo o processo cirúrgico