Código
RC225
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Angelina Caron
Autores
- NATALIA GAERTNER CABRINI (Interesse Comercial: NÃO)
- ELOISE MARIANI SALAMAIA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MELANOMA DE COROIDE EM PACIENTE JOVEM: DIAGNOSTICO PRECOCE E DESAFIO TERAPEUTICO
Objetivo
O melanoma de coroide é uma neoplasia maligna primária rara em pacientes jovens, com incidência estimada em 5,1 casos por milhão de habitantes por ano. Este relato descreve o caso de uma paciente de 24 anos com diagnóstico de melanoma de coroide, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e dos exames complementares.
Relato do Caso
Paciente feminina, 24 anos, previamente hígida, compareceu ao serviço de oftalmologia referindo diminuição da acuidade visual no olho direito (OD) há quatro meses, acompanhada de metamorfopsias. Na avaliação oftalmológica, a acuidade visual com melhor correção foi de movimento de mãos no OD e 20/20 no olho esquerdo (OE). A pressão intraocular era de 12 mmHg em ambos os olhos. A biomicroscopia não revelou alterações em ambos os olhos. O mapeamento de retina do OD evidenciou lesão acastanhada na região temporal superior, com vaso nutridor. A ultrassonografia ocular revelou lesão hiperecogênica com formato em cúpula (ou cogumelo), medindo 9,03 mm x 9,4 mm nos maiores eixos, com presença de fluido sub-retiniano e formação do ângulo kappa, sugerindo melanoma de coroide. A angiofluoresceinografia mostrou padrão de dupla circulação, áreas de não fluorescência e hiperfluorescência tardia na região tumoral. A tomografia de coerência óptica (OCT) identificou fluido sub-retiniano macular e paramacular, indicando descolamento seroso. Diante dos achados clínicos e de imagem, confirmou-se o diagnóstico de melanoma de coroide. Exames de rastreio de metástases foram negativos. Considerando a idade da paciente, e a possibilidade de preservar a anatomia ocular, foi encaminhada para braquiterapia ocular em outro serviço, devido à indisponibilidade do tratamento em nosso hospital.
Conclusão
Este caso ressalta a importância da avaliação oftalmológica detalhada em pacientes jovens com sintomas visuais, mesmo na ausência de fatores de risco evidentes. O diagnóstico precoce, e o encaminhamento oportuno para tratamento especializado são fundamentais para o prognóstico sistêmico e para a redução da mortalidade.