Código
RC054
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital das Forças Armadas
Autores
- YARA SILVA LOPES (Interesse Comercial: NÃO)
- LAIS KAZMIERSKI FOLLY (Interesse Comercial: NÃO)
- CASSEM SABOYA CHARAFEDDINE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PSORIASE PALPEBRAL BILATERAL
Objetivo
Descrever o caso de uma paciente com psoríase sistêmica e acometimento periocular.
Relato do Caso
Paciente feminina de 45 anos, com diagnóstico de psoríase há 10 anos, em acompanhamento na dermatologia por lesões em face e couro cabeludo. Faz uso de medicamentos apenas tópicos, nas recidivas. Compareceu à oftalmologia com queixa de prurido, ardência e escamação periocular bilateral, há 20 dias. Apresentava lesões na região lateral das pálpebras inferiores medindo cerca de 2 x 2,5 cm, bordas irregulares, hiperemiadas, escamação central e Auspitz positivo (pontos hemorrágicos na pele após a remoção de escamas), conforme figura 1 (Lesões palpebrais na primeira consulta, fonte: Yara Lopes, 2025). Ela não apresentava queixas oculares e a pressão intraocular estava normal, descartando-se, assim, manifestações oculares da psoríase. Foi prescrita dexametasona pomada nas lesões, de 12/12 horas por 15 dias. No retorno, a paciente relatou melhora do quadro na primeira semana, porém, devido a fatores psicossociais, segundo ela, teve recidiva do quadro, conforme figura 2 (Lesões palpebrais após o tratamento proposto, fonte: Yara Lopes, 2025). Devido ao caráter redicivante das lesões, foi encaminhada à dermatologia para possível tratamento sistêmico.
Conclusão
A psoríase é uma doença autoimune crônica que se manifesta por placas escamosas e inflamação, cujo impacto vai além da pele, podendo afetar os olhos(1). O acometimento oftalmológico pode incluir lesões palpebrais, uveíte, conjuntivite e blefarite, que podem resultar em desconforto, hiperemia ocular e, em casos mais graves, comprometimento da visão(2,3), além de olho seco(3). Isso destaca a importância da abordagem multidisciplinar, visando não apenas as lesões cutâneas, mas também, o cuidado com a saúde ocular. Observamos a dificuldade de alcançar resposta terapêutica persistente, devido aos múltiplos fatores associados às recidivas. Uma equipe multiprofissional é fundamental.