Código
RC217
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Autores
- THIAGO LUIS DE HOLANDA REGO (Interesse Comercial: NÃO)
- MURILO DE GODOY AUGUSTO LUIZ (Interesse Comercial: NÃO)
- FREDERICO CASTELO MOURA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MACULOPATIA AGUDA POR NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA EM PACIENTE COM DIAGNOSTICO PREVIO DE DENGUE
Objetivo
RELATAR UM CASO DE MACULOPATIA AGUDA POR NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA EM PACIENTE COM DIAGNOSTICO PREVIO DE DENGUE
Relato do Caso
Paciente masculino, 36 anos, sem comorbidades ou antecedentes oftalmológicos, com baixa acuidade visual (BAV) súbita e simultânea em ambos olhos (AO), pior em olho direito (OD), há 5 dias. Referiu diagnóstico de dengue 15 dias atrás. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual (AV) de 20/32 em OD e 20/25 em olho esquerdo (OE), biomicroscopia dentro da normalidade e tonometria de 12 mmHg AO. Exame pupilar com reflexo fotomotor preservado, discreto defeito pupilar aferente relativo à direita e o exame fundoscópico não tinha alterações. A campimetria 24-2 demonstrou escotoma paracentral em OD e pontos paracentrais de redução da sensibilidade em OE; OCT macular com hiperrefletividade paracentral nas camadas plexiforme externa (OPL), de Henle, nuclear externa (ONL) e disrupção da zona de interdigitação (ZI); autofluorescência (FAF) e angiografia fluoresceínica sem alterações.
Conclusão
A AMN é uma condição rara, com mecanismo ainda não completamente esclarecido, envolvendo alterações vasculares na retina externa, e pode ser desencadeada por contextos inflamatórios, como a dengue. Embora poucos casos de AMN secundária à dengue tenham sido relatados, os achados oculares são frequentemente atribuídos à plaquetopenia, com possíveis explicações envolvendo disfunções vasculares e coagulopatias. A doença pode levar a alterações permanentes na acuidade visual devido à atrofia das camadas externas da retina, destacando a importância de uma investigação aprofundada em casos de baixa acuidade visual em pacientes jovens, sem comorbidades, e com suspeita de maculopatias ocultas ou neuropatias ópticas. Estudos adicionais sobre a fisiopatologia da AMN são necessários à medida que novas etiologias, como a dengue, são identificadas.