Código
RC199
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual de Londrina
Autores
- RITA DE KASSIA SOARES PINHEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
- Amanda Souza Nascimento (Interesse Comercial: NÃO)
- Gildo Yuso Fujji (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENDOFTALMITE E HERNIA DE IRIS APOS FACOEMULSIFICAÇAO EM PACIENTE COM ECTROPIO E LAGOFTALMO: RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar um caso de facoemulsificação complicada com endoftalmite e hérnia de íris em paciente com ectrópio e lagoftalmo.
Relato do Caso
Mulher, 92 anos, sem comorbidades, encaminhada para correção de hérnia de íris em olho esquerdo (OE) 10 dias após facoemulsificação em outro serviço. Apresentou redução da acuidade visual (AV) em OE dois dias após a cirurgia, tratada no serviço de origem com injeção intravítrea de ceftazidima e vancomicina para endoftalmite, além de prednisona oral e colírios (timolol-dorzolamida, dimetilpolisiloxano e moxifloxacino). Apresentava-se, na avaliação inicial após encaminhamento, sem dor, com AV sem correção de movimento de mãos em olho direito (OD) e sem percepção luminosa (SPL) em OE. Exame mostrou ectrópio senil em ambos os olhos (AO), catarata branca em OD e, em OE, hiperemia conjuntival 1+, edema de córnea, hérnia de íris nasal superior, CA ampla com resquícios de córtex cristaliniano inferior, corectopia nasal superior e fibrina sobre a lente intraocular (LIO), dificultando sua visualização (Imagem 1). Ultrassonografia ocular (USG) evidenciou conteúdo hipoecogênico com debris e septações grosseiras em OE, sugerindo de aspecto residual e LIO ectópica. Diante do prognóstico visual reservado e da endoftalmite em remissão, optou-se pela correção cirúrgica da hérnia de íris para evitar novas complicações infecciosas, mantendo tratamento clínico e acompanhamento das demais alterações (Imagem 2). Após um mês, nova USG mostrou ausência de endoftalmite. A paciente aguarda correção do ectrópio em OD para futura cirurgia de catarata.
Conclusão
A endoftalmite aguda pós-operatória é uma complicação infecciosa grave, podendo causar cegueira irreversível. Apesar de rara (prevalência de 0,3% no Brasil), é uma das mais temidas complicações da facectomia. A avaliação anexial é essencial para identificar patologias como blefarite, dacriocistite, lagoftalmo e ectrópio, que podem predispor à infecção. A detecção precoce e o manejo dessas condições são fundamentais para otimizar os resultados da cirurgia de catarata.